quinta-feira, 17 de maio de 2012

A alegria chegou

Depois de mais de 7 meses do meu regresso à Galiza acho o momento de escrever de novo neste blogue. 7 meses de viagem polo mundo e mais 7 meses de viagem no meu mundo particular em Lians, o meu pequenino paraiso, e cá estamos a nos encontrar uma e outra vez.

Posso dizer que eu já nom vou de viagem, mas a viagem é que está dentro de mi, lá onde eu estiver, como a minha companheira infatigável. E gosto, pois viaxar é aprender, é nom encontrar o que se procura e encontrar o que nunca se imaginou. É o meio de transporto, que parece eu elegi (ou será que fui elegida), neste caminho que é a vida.

Na minha cabeça agora muitos projectos emocionantes, o que é também mais uma maneira de viaxar/aprender. Como na primavera, a sementeia começa a germinar. Por todos lados iniciam-se processos próximos ou alhéios mas que contribuem a fazer da nossa comunidade um espaço mais respirável. E precisamos, como todas sabemos, nestes tempos, de ar que respirar e água que poder beber. A putrefaçom apoderou-se de todos os espaços e estava a ser impossível fugir de sermos contaminadas por ela. Essa direita que sempre estivo aí poderosa, agora tornou-se ainda mais forte e corajosa, sem medo a se mostrar como é e com o triste apoio daquelas a quem mais oprime. Essa esquerda que nos abandonou há tempo, está agora com certeza noutro planeta, a se fechar mais e mais em si própria, a nos desprezar mais ainda e a nom nos sorpreender mais nunca.

Mas nom faz mal, porque apesar de tudo, a vida continua e nós caminhamos com ela. Somos capazes de deitar fóra o lixo emocional, político, cultural...e fazer com que cousas novas entrem nos nossos corpos, mentes, e almas (para as que têm disso). E somos nós as que constróimos com cada dúvida, erro e nova tentativa essa base social que, na minha opiniom, é imprescindível. O caminho é longo, mas todas sabemos dentro de nós, que é possível. E parece que lá vamos, se só penso nas pequenas e grandes iniciativas que começam a sair por todos os cantos da comunidade, da nossa mais próxima e das outras todas.

Às vezes defende-se até o extremo a unidade por cima de tudo, mas eu pergunto, a unidade de qué? de quem? quem há detrás dos grupos unitários? quais som as sensibilidades e propostas desses pequenos ou grandes grupos que conformam a o grupo unitário? qué fazer quando a unidade engole a diversidade até o ponto de que já nom somos vozes a aportar, senom que tornamos em voz que nos silência?

E ao dizer isto, um sorriso aparece na minha face, pois eu sei que há otros jeitos de fazer, e que nom som já só hipoteses, mas que som realidades. Sorrio porque a alegria chegou. Chegou através das complicidades, dos debates, dos entendimentos, das confrontações, das paixões compartidas, das derrotas assumidas, do morrer e do nascer individual e colectivo, dos silêncios, das explossões de ideias, dos nom posso mais...dos vamos lá todas juntas!

O caminho é longo, repito, mas está já iniciado apesar de todas e todos elxs, e por causa de todas e todos nós :)


1 comentário:

  1. Que preciosidade, que optimismo vital agocha este comentario marabilloso. Grazas Mariola!!

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